então minha querida, como está?
bem, estou bem.
e o coração?
o coração está bem.
pega-me na mão e aquece-a entre duas mãos pequenas e cansadas. fixo-lhe as pregas da pele, rios de anos que correm até aos pulsos com a força de todos os dias em que não a vi. olha-me de frente e sorri: a vida é assim, minha querida. uns pontapés numa pedra, outros pontapés nas estrelas.