quando desci a rua a obrigar-me a olhar para cima já sabia de tudo. já nos tinhamos encontrado e quando chocámos e a força não foi suficiente para nos vermos em desequilibrio a chuva ao virar a esquina e o destino estava lançado. mal sabiamos que esta história ia ser uma balança. e no entanto se prometeres que não me ouves nem entendes o que te digo admito na minha voz mais baixa que percebi tudo no primeiro encontro quando nos vimos um no outro um com o outro no caminho para casa. demorámos 27 minutos a apaixonar-nos no teu carro lento na estrada antes de me esquecer do computador por trás do banco e me enganar no teu número de telefone. talvez se tivessemos mais ou menos agora fossemos outros. com novas moradas e um número partilhado. mas assim já só me lembras roupa despida e nos meus planos eu apaixonada de novo e copos altos com vinho quente sobre as telhas no telhado a pintar a boca com encarnado escuro entre beijos e língua. risca o só desta frase. não acredites nas minhas mentiras enquanto puderes fugir.