Guardei-te demasiada vida. A tua terra cola-se aos pés e não há outro chão que me pertença tanto. O teu silêncio é só vento e calma e não há outro sítio no mundo onde me ouça assim. Desfiei os meus segredos nos anos das árvores e cada ruga de cada prega de cada tronco é uma história sem princípio. Cada flor tem gotas de água fresca e é uma resposta teimosa de renovação. Os beijos que troquei em ti foram de amor verdadeiro e não aparecem no mapa. Não tens direcção nem morada - só nomes de flores e água pendurados num muro velho que me separa do que me encontro aí. As estrelas dos desejos dormem dentro ti e caem, a muitos metros das minhas mãos. Caiu outra agora e eu nem pude vê-la. E outra. Também morres se não me vires, perdes-te um bocadinho se não for tua?