02 junho 2009

Este blog pode transformar-se para nunca mais me esquecer de nada

Em dois dias, quatro travestis, uma senhora que acho que era prostituta, um grupo de engravatados e mulheres em vestido de cocktail a entrar para o Elefante Branco, boa tarde ao senhor da mercearia, boa tarde ao senhor que estava a descarregar o carro e que também acho que era da mercearia, uma vizinha à janela sempre que chego ou saio, algumas voltas ao quarteirão para encontrar lugar e o carro atirado para algum passeio, tantos brasileiros à janela a ouvir música ao fim da tarde duas ruas abaixo, muitos quilómetros gastos porque a minha bússola está programada no sentido A5 Cascais e não reconhece Lisboa no sentido inverso, um vizinho que discursa o dia e a noite toda sobre a essência da vida com altifalante, outro que tem um cão lindo que olha para mim nas escadas com saudades da amiga e um bilhete com número de telefone no carro que começa com “me liga“. Nada aqui liga. A minha rua parece o Pátio das Cantigas e eu gosto.

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