escrevi palavras a disfarçar um adeus descolei os bilhetes do computador arrumei as agendas e os cadernos num saco de papelão e desliguei o computador a saber que já não ia ler mais aqueles e-mails nem sequer as respostas à minha despedida com piadas que não me taparam este buraco no estômago nunca demorei tanto tempo a sair os passos pequenos no corredor pararam antes das escadas para olhar para trás e respirar fundo beijinhos a quase ninguém e contive-me demasiado nos abraços que deviam ter sido muitos e maiores e mais demorados continuo com pouco ar e preciso de remendos porque deixo naquelas salas demasiada vida. trago tudo de bom menos este buraco no estômago. tudo de bom menos este buraco no estômago. tudo de bom quando chorar esta saudade.