01 agosto 2008

Quando te roubas ao mundo

Não te conheci as mãos pequeninas nem os caracóis dourado-escuros. Já passou muito tempo mas nos nossos dias sempre coube no teu colo. Com jeito, acho que ainda caibo. Aproveito o silêncio do início-da-noite e ouço-te. Penso em ti. E amo as tuas mãos que já não são nem nunca foram pequeninas a brincar aos pouco-crescidos enquanto devoras o mundo. Eu ao teu lado, se não puder ser ao teu colo. Aceito uma cadeira ou o bocadinho que me dás da tua cama. A nossa voz gravada à média-luz e a tua mão, às vezes, na minha.

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