Depois da porta uma parede branca luz e um corredor onde vivem sonhos e eu nunca me perco. Depois de entrar uma janela grande com rio e chuva às vezes, músicas que se misturam com as ervas frescas que apanho no ar quando as parto folhinhas no tacho. Depois tiro os sapatos e os pés no chão mais antigo do que quente, mais como deve e menos como é e o ar já é só meu e de quem eu der e dou ou dei aquela porta. E depois só o silêncio que se deita no soalho, que é boca de beijo sem calma, e traz vinho e ventos de vela para guardar no corpo a saudade de tudo o que ainda não aconteceu.